![]() |
Louça Mortarium de Oxford oriunda de Headington, Oxford: século II d.C. |
O moer e o triturar faziam parte da preparação inicial dos vários ingredientes da cozinha romana e os livros de receitas romanos mencionam a utilização de louça chamada mortaria. As mortaria eram tigelas robustas, com um rebordo robusto para segurar bem na tigela, feitas em barro salpicado com gravilha arenosa antes de ir ao forno, o que ajudava a desfazer a comida sólida. Tinha uma grande incisão na borda que servia para retirar o líquido. Os dois pratos romanos preferidos, salsichas e molhos, terão sido confeccionados num mortarium, que era o equivalente romano do processador de alimentos actual.
As Mortaria em louça de barro de Oxford são facilmente reconhecíveis pelo especialista devido aos bocados de pedra redondos, translúcidos e multicoloridos bem distintos chamados quartezitos com os quais a argila era misturada. Este derivava da gravilha local. A forma deste mortar é típica do século II, época em que os oleiros estampavam as suas peças com um selo-nome. Como resultado conhecemos o nome de mais de 200 oleiros que trabalharam na Grã-Bretanha romana.
As Mortaria de Oxford foram algumas das primeiras peças de Oxford que viajaram para fora da sua área imediata, e encontravam-se já no século II nalgumas das maiores cidades romano-britânicas.
Apicius, o autor do único livro de culinária romano que subsistiu até hoje menciona uma receita de Rissóis de camarões grandes para a qual o mortarium era necessário:
"Os camarões grandes são retirados da sua casca e moídos no mortar com pimenta e liquamen (molho de peixe salgado) e os rissóis são formados a partir de carne".Setúbal em Portugal, foi um dos principais centros de indústria de exportação de liquamen (ou Garum).
© 1998 Oxfordshire Serviço do Museu, Museus de Setúbal e Museu Benaki