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Quatro Recipientes para Cozinhar e Servir do Período Saxão Tardio: século XI d.C. |
![]() Coarse Clay Cooking-Pot from St Ebbes
| ![]() Fragmentary Iron Cooking-Pot from Cornmarket Street
| ![]() Glazed Pitcher from St Ebbes
| ![]() Bowl of Calcite-Gritted Pottery from Church Street |
A vida familiar nos edifícios longos, estreitos, de um só piso em madeira, que se alinhavam nas ruas sujas de Oxford nos tempos da conquista normanda, centrava-se à volta de uma lareira central. O fumo vindo da lareira era encaminhado por uma abertura no alto da casa, aquecendo e escurecendo o conteúdo e os habitantes da casa.
Os recipientes para cozinhar descobertos nas escavações em St Ebbe's, o bairro situado a sudoeste da velha Oxford, actualmente quase completamente coberto pelo Westgate Centre e um parque de estacionamento de vários pisos, eram sobretudo feitos com argila, de tamanho razoável (uma refeição por família nuclear) e eram desenhados para uma cozedura demorada e lenta sobre as brasas. A mistura de vários grãos e água ou leite, os antepassados da nossa papa de cereais moderna de pequeno almoço, eram um alimento principal. Esta panela com forma de jarro num material arenoso teria sido ideal para cozinhar um refeição destas para o dia seguinte. O material grosseiro não teria sido fácil de lavar, mas com o método de cozedura lenta, a comida normalmente não queima nem fica agarrada à panela.
As descobertas que correspondem aos recipientes metálicos do século XI são extremamente raros, portanto estes dois fragmentos de um recipiente de cozinha em metal de Cornmarket Street trazem-nos provas valiosas. O pequeno caldeirão metálico teria sido redondo, com uma só pega e parece ter sido feito muito simplesmente, talvez localmente por ferreiros itinerantes, segundo as necessidades familiares. A pega sugere que eram suspensos por cima do fogo, talvez sobre um trípode; pequenas peças de carne e molhos podem ter sido cozinhado desta maneira.
Entre a época romana e a normanda, só um centro oleiro na Inglaterra produziu peças em barro vidrado com sucesso. Foi Stamfrod em Lincolnshire, onde o belo barro de cor clara tornou possível a produção de formas delicadas com chumbos claros em tons pasteis, vários séculos antes de ser possível fazê-lo noutros locais do país.
A maioria das panelas do período saxão tardio eram recipientes de cozinha. Os recipientes para servir como este jarro eram comparativamente raros, e a base arredondada parece ser mais adaptada a um chão de terra do que a uma mesa de madeira, sugerindo que muitas refeições familiares no século XI em Oxford podem ter ainda sido tomadas sentadas no chão ou em bancos à volta do lume, em vez de uma maneira mais formal à mesa.
O jarro podia ter contido água do rio, cerveja ou hidromel (vinho feito a partir de mel).
Tanto as tigelas como as panelas foram utilizadas para cozinhar nas lareiras centrais das casas em Oxford durante o período saxão tardio. A parte exterior da borda e a base redonda estão escurecidas pelo fogo o que nos leva a crer que eram utilizadas para uma cozedura lenta ou para aquecer comida sobre as brasas; ou poderia ser utilizada na posição invertida para cobrir pão sem fermento (como os scones e as panquecas, ainda hoje muito populares actualmente na Grã-Bretanha) cozinhados directamente sobre a lareira.
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