Pente com Cabo em Armação de Veado da Quinta Barton Court, Abingdon, Oxfordshire: século VI a VIII d.C.

Durante os séculos V e VI, uma pequena comunidade saxónica recuperou o local da antiga quinta romano-britânica de Barton Court, reutilizando os quartos da villa em ruínas, escavando cabanas de solo afundado dentro do recinto, e deitando fora as posses para dentro das valas lodosas do recinto. Este pente deve ter sido um dos últimos objectos a ser perdido.

Os dez pentes em osso descobertos na quinta Barton Court, eram do período saxónico, e julgando pelo tamanho relativamente pequeno, a delicada construção e dentes numerosos, serviam todos para pentear o cabelo. O desenho decorativo destes pentes indicam a importância ligada ao acto de pentear o cabelo, e a sobrevivência de tantos sugere um uso frequente.

O pente é feito a partir de uma armação de veado ao mesmo tempo que uma ranhura comprida e longa foi feita para receber os dentes, que eram originalmente em número de doze e estavam ligados a cravos metálicos. A forma natural da armação foi aproveitada para criar um utensílio simples de manipular, seguindo a curva do crânio e podendo separar e pentear o cabelo, visto que o pente originariamente poderia ter sido afunilado numa ponta. Um estudo aprofundado do pente mostra que os dentes individuais foram cortados após terem sido ligados às placas, e o utilizador terá provavelmente sempre utilizado o pente com a mesma mão, visto que todo o desgaste se encontra de um único lado dos dentes.

Pentes deste tipo também são do século VIII ou mesmo posteriores, sendo objectos típicos da região do Reno e trazidos para a Inglaterra por mercadores de Frigia nos Países Baixos no século VIII, ou pentes escandinavos trazidos pelos Vikings no século IX.

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