Ornamento de Mobiliário em Forma de Cabeça de Leão, em Liga de Cobre, da Quinta Barton Court, Abingdon: século IV

As casas romanas eram pouco mobiladas, segundo os nossos padrões. Um quarto, por exemplo, teria tido unicamente uma pequena mesa, uma cadeira ou um banco e uma arca para a roupa e cobertores, para além da cama ou sofá que mais parecia um divã moderno. Sofás similares eram usados na sala de jantar e outras divisões, usadas durante o dia.

O mobiliário tinha um desenho simples e era normalmente em madeira. O mobiliário almofadado não existia. No seu lugar eram usados embelezamentos decorativos, noutros materiais, especialmente pedra e bronze. Eram aplicados ornamentos em bronze, onde se descansava a cabeça e os pés, nas cadeiras e nos bancos.

Este ornamento, oco em forma de cabeça de leão, foi descoberto num edifício dos finais do período romano na quinta Barton Court, e formava provavelmente uma extremidade de um braço de cadeira ou de uma peça similar, em madeira. O buraco no centro do focinho do leão terá tido um prego para fixar o ornamento à madeira; um objecto similar oriundo de Richbourough, em Kent, ainda tem vestígios de um prego em ferro no seu interior. Esta é uma das poucas indicações sobreviventes sobre como seria o mobiliário nesta casa de quinta dos finais do período romano perto de Abingdon.

Os leões tinham uma função protectora na arte antiga. São encontrados em túmulos (um fragmento de um leão em pedra de um monumento funerário foi descoberto na vila romana de Shakenoak, em Oxfordshire) e eram utilizados como decoração na louça doméstica com função de bicas, em chaves, nas maçanetas e em cofres de jóias.

No Próximo Oriente Antigo os leões guardavam os tronos das divindades e dos reis, uma função que se manteve na arte medieval europeia.

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