Os Anglo-Saxãos chegaram à Grã-Bretanha entre cerca de 400 e 600 d.C. Antes do final da administração romana na Grã-Bretanha, durante o reinado de Constantino III em 407 d.C., os foederati ou "federados", que eram tropas mercenárias do norte da Alemanha - onde a terra era pouca para uma população em crescimento - chegaram por convite para auxiliarem o exército romano. Mais tarde, este recém-chegados ficaram, inicialmente oferecendo ajuda às populações britânicas romanizadas, mas assumindo por fim um domínio político.
Alguns dos mais antigos vestígios saxónicos na Inglaterra, provêem de sítios ao longo do Tamisa, sugerindo uma estratégia saxónica inicial, tendo como fim a protecção desta grande via de comunicação estratégica. Vestígios em Oxfordshire mostram a continuação de uma população romana (cristã) em centros como Dorchester, mas também de uma presença inicial saxónica em Berinsfield, Abingdon, Frilford e Long Wittenham.
Os britânicos romanizados devem ter sido, em grande parte assimilados culturalmente pela cultura anglo-saxónica, embora seja visível uma presença celta até aos finais do século VII, em descobertas materiais, tal como uma tigela suspensa de Lowbury Hill.
O material da cultura saxónica não é tão desenvolvido como o da cultura romana anterior. Inicialmente não havia casas em alvenaria, de organização municipal ou militar, de comércio ou indústria, embora a manufactura local de armas e de broches discoidais tivesse, provavelmente, tido início em Oxfordshire por volta deste período.
Por volta dos finais do século V, a imigração (recente) de germânicos tinha cessado, e a população existente tinha começado a crescer e a espalhar-se. Em Oxfordshire os saxãos do Alto Tamisa expandiram-se até Cotswolds, viajando a norte pelos afluentes do Tamisa e a sul de Wessex. Objectos de sepulturas destas comunidades, do século VI, mostram uma riqueza crescente.
Alguns dos primeiros vestígios saxónicos na Inglaterra provêem de sítios arqueológicos situados ao longo das margens do Alto Tamisa em Oxfordshire, o que demonstra a importância do rio para os saxãos. A amizade inicial entre os saxãos e a população britânica romanizada é evidente na adopção da inumação britânica pelos recém chegados, que apreciavam e mantiveram os bens herdados romanos.
Em Dorchester-on-Thames, no centro de Oxfordshire, uma pequena cidade romana fortificada, devido à sua defesa ballista datada dos finais do século IV, e o principal e único local de travessia do Tamisa entre Middlesex e Cotswolds, um tirano sub-romano terá sido substituído por um chefe saxão cuja construção do reinado terá sido responsável pelo aparecimento dos saxãos em Berinsfield, Abingdon, Frilford e Long Wittenham.
A primeira vaga dos recém chegados, cujas origens provêem do norte da Alemanha, entre os rios Elbe e Weser, cessou em cerca de 500 d.C. Na segunda metade do século V, os bens de luxo descobertos em sepulturas saxónicas em Abingdon, apontam para uma segunda vaga de recém chegados mais aristocratas, a partir do norte da Gália ou do Baixo Reno. Durante o século VI, a imigração cessou mas o movimento continuou, pois a população existente crescia e expandia-se. Os saxãos do Alto Tamisa estenderam-se para oeste para Cotswolds, subindo os afluentes locais do Tamisa, e para sul, em direcção ao interior de Wessex.
Apesar do contacto com a cultura sub-romana, os saxãos não faziam construções em pedra, não organizavam cidades, nem tinham uma economia monetária. O seu estilo de vida consistia em pequenas comunidades que exploravam quintas, e por todo o campo foram descobertas aldeias que, por serem a base do padrão das aldeias britânicas actuais, são invisíveis por baixo do desenvolvimento posterior.
No entanto, por causa de dois aspectos dos costumes de enterramento anglo-saxão - que os seus cemitérios eram localizados nos limites das paróquias ou das propriedades, em locais muitas vezes não desenvolvidos posteriormente, e que gostavam de ser enterrados completamente vestidos, armados e equipados com louça e objectos pessoais - sabemos muito acerca do seu vestuário, sociedade e modos de vida.
A riqueza crescente dos saxãos do Alto Tamisa é sugerida pelo maior número de jóias, mais exóticas (contas de vidro, cristal e âmbar eram comercializadas por toda a Europa), pela especialização das quintas (a quinta saxónica em New Wintles era especializada na produção de lã, a de Purwell Farm, em Cassington, em gado bovino), e pelo surgimento dos reis anglo-saxãos. Os vestígios de largas trincheiras onde estavam construídas casas em madeira, encontradas em escavações, em Dorchester-on-Thames e em Drayton e Long Wittenham, descobertas em fotografias aéreas, indicam casas e palácios reais; em Watchfield perto de Shrivenham a presença de pratos de balança com moedas preciosas e pesos numa sepultura, pode indicar uma administração real.
Indícios de uma aristocracia no século VII em Oxfordshire provêm da hipótese de túmulos de alto estatuto, devido ao sufixo low (hlaew) nos nomes de localidades como por exemplo, em Cuttleslowe, e da prova física de uma elevação tumular, decoberta em Cuddesdon.
Os saxãos cristãos, ou o período saxão médio em Oxfordshire, está marcado pela chegada, de Roma, do bispo Birinus em 635 d.C. para pregar o Cristianismo aos saxãos ocidentais. Ele baptizou o rei Cynegil, que lhe deu Dorcheter como sede episcopal, tornando-se, então, o palácio do rei saxão no palácio do bispo.
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