Ourivesaria litúrgica do século XVI: pormenores do Retábulo de Setúbal, oficina de Jorge Afonso, 1520-1530 d.C.

A corte de D. Manuel era faustosa, cultivando o gosto pela sumptuária. A joalharia era fundamental nesta arte do adorno. Desde o final do século XIV que os ourives, nas cidades, criavam peças religiosas e profanas. A ourivesaria religiosa combinava a tradição gótica, com elementos arquitectónicos fortes (como no ostensório hexagonal, usado com o propósito de guardar a Hóstia, como se vê no painel Aparição do Anjo às Santas Clara, Inês e Coleta), com novos elementos decorativos inspirados pela Época das Descobertas e pelo Renascimento. A naveta de ouro (painel da Assunção, utilizada para guardar incenso) é um exemplo desta influência, sobre a arte, da mentalidade expansionista.

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