Azulejos do Convento de Jesus, Setúbal, século XVI d.C.

Portugal e Espanha transmitiram à Europa a tradição islâmica medieval dos azulejos decorativos, para parede e chão.

Estes azulejos hispano-árabes encontrados em escavações no claustro do Convento de Jesus foram importados de Sevilha, na Andaluzia, o centro mais importante de produção de azulejos em Espanha. Foram produzidos pela técnica de corda seca. Nesta técnica, a placa de argila crua era moldada por meio de moldes com o desenho em relevo. Os sulcos criados na placa eram então preenchidos com manganês e gordura. Durante a cozedura transformavam-se numa fina barra negra permitindo a separação das cores no azulejo impedindo-as de se misturarem e prevenindo assim que o desenho ficasse borrado.

Esta técnica cedeu o lugar à técnica de aresta na qual o molde era feito com reentrâncias que iriam criar saliências, permitindo, a separação, deste modo, mais facilmente, das coresl.

Ambas estas técnicas, assim como os designs geométricos de influência hispanico-mourisca, foram substituídos ao longo do século XVI pela técnica da majólica e por um estilo de ornamento mais europeu, introduzidos pelos italianos nas oficinas de Sevilha. Nesta técnica a placa de argila já não necessita de linhas de separação por se encontrar coberta com esmalte estanífero branco (feito com óxido de chumbo e óxido de estanho), que permite a aplicação das cores sem o risco de mistura entre elas.

A produção portuguesa de azulejos desenvolveu-se, principalmente, na segunda metade do século XVI, em parte devido à chegada, a Portugal, de fabricantes de azulejos flamengos.

Do século XVI até hoje, Portugal tem sido um importante produtor de azulejos, e, mais recentemente, um importante exportador.

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