Trempes de de olaria provenientes do Porto dos Cacos em Alcochete (perto de Setúbal): séculos I a III d.C.

O fabrico de grandes vasos cujas dimensões, pesos e qualidade fossem consistentes, como as ânforas feitas perto de Setúbal, requeriam grande habilidade técnica por parte dos oleiros.

A extracção e refinação do barro era um longo e duro processo, e resultava no fabrico de cerâmicas tão padronizadas que a fonte geográfica de muitos fragmentos de ânforas mediterrânicas, encontrados hoje, por exemplo, na Inglaterra, pode ser identificada por exame microscópico da argila.

O fabrico das ânforas deve ter requerido que se trabalhasse com um dado peso de barro para um dado molde, enquanto se juntavam elementos feitos numa roda de oleiro ou manualmente. A cozedura exigia um controlo absoluto das temperaturas da estufa, e condições para conseguir a cor oxidada padronizada, assim como o controlo da elevação e diminuição da temperatura num período de vários dias e noites para evitar quebras.

Os trempes, suportes para peças, teriam assim sido úteis para pousar os vasos ao longo dos diferentes estágios do fabrico.

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